Depoimento Gladis

Após o diagnóstico, o processo de reabilitação auditiva não pode parar. Pelo contrário: é nesse momento que o cuidado precisa ser reforçado com escuta ativa, presença profissional e ajustes clínicos contínuos. No projeto PRONAS/PCD executado pelo Instituto Otovida, o acompanhamento auditivo é uma das ações centrais para garantir que os usuários mantenham sua capacidade de escutar e se comunicar com qualidade.

Essa etapa do projeto é realizada na sede do Instituto, em Florianópolis, por uma equipe formada por médicos otorrinolaringologista(s) e fonoaudióloga(s), todos custeados com recursos do projeto. Os atendimentos são individuais,  e podem envolver tanto consultas clínicas quanto exames audiológicos complementares.

Entre os procedimentos realizados estão exames auditivos, além de algo essencial: a verificação técnica e funcional dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individuais (AASI). Essa manutenção periódica dos aparelhos auditivos é fundamental para garantir o bom desempenho e a adaptação adequada de cada paciente.

Em muitos casos, o acompanhamento inclui ainda orientações ao usuário e sua família, reforçando a importância do uso contínuo e correto dos dispositivos auditivos. Quando necessário, ajustes são realizados na programação do aparelho, sempre com base em testes precisos e na escuta das queixas do paciente.

O projeto prevê a realização de mais de 30 mil atendimentos nessa etapa ao longo dos 24 meses de execução. Mensalmente, são atendidas cerca de mil pessoas nessa fase do acompanhamento, vindas de Florianópolis e de outros 76 municípios do Estado. O médico otorrinolaringologista, Fábio Henrique Pinto de Moraes destaca que o acompanhamento é o que garante o sucesso do tratamento. “Diagnosticar é importante, mas acompanhar é essencial. Muitas vezes, é nesse processo que percebemos dificuldades de adaptação, desconfortos, falhas no uso, e conseguimos intervir a tempo para evitar prejuízos maiores”, afirma.

Esse cuidado contínuo fortalece o vínculo entre paciente e equipe, promove autonomia e evita que o investimento em aparelhos auditivos seja desperdiçado por falta de orientação ou suporte. Trata-se de uma ação silenciosa, mas decisiva para que a pessoa com deficiência auditiva possa exercer plenamente sua cidadania e viver com dignidade.